Eliana como 'Maria 38' lançado em 1959.
Eliana Macedo (Maria Pereira)
John Herbert (Chico, guarda-civil)
Mario Motta - Marinho [o menino]
Anabela (Aninha)
Herval Rossano (Henrique, chauffeur)
Zilka Salaberry (mme. Eugênia Fernandes)
Afonso Stuart (tio Gustavo)
Roberto Duval (Eurico, bandido)
Augusto Cesar Vanucci (Boquinha, malandro)
Sergio Warnovsky (Brucutu)
Francisco Dantas [mordomo]
Angelito Mello [comissário de polícia]
Aguinaldo Rocha (Cardoso, asssistente do comissário)
Nena Napoli (Leda Pé-de-Porco)
Marinho num daqueles chapéus típicos dos anos 50.
Zé Bacurau [personagem do cabaré]
Paulo Copacabana [guarda, amigo do Chico]
Chiquinho [cozinheiro]
Alberto de Castro [dançarino]
Nair Campos Motta [copeira]
India do Brasil [empregada]
Carlos Artur
Luiza Camargo
Perácio Camargo
Marlene dos Santos
Conrado Freitas
Azelita Ivantes
Roberto Machado
Manula
Manuel Martins
Murilo Matheus
Yolanda Moura
Dedé Pinheiro
Iracilda Vieira
o guarda Chico convence Maria a devolver a carteira que tinha 'aliviado' do otário.
Nunca tinha visto 'Maria 38', o filme 'quase-sério' que Eliana protagonizou em 1959. Tinha até medo de vê-lo com receio de me decepcionar, mas qual o que, o filme é ótimo! Maria 38 tinha esse nome pois sempre carregava consigo um revolver calibre 38 mm.
Eliana aparece exageradamente maquiada, abusando de gestos largos, numa coreografia do 'vai-não-vai' que era voga nos anos 50. Hoje malandro não tem essa linguagem corporal mais. Eliana, como Maria 38, está bem caricata, mas não tanto que estrague o personagem.
'Maria 28' was released in São Paulo in 21 March 1960, after a big advertising campaign showed a 'Maria 38 wanted' ad in which this perilous criminal was wanted by the police.
'Maria 28' was released in São Paulo in 21 March 1960, after a big advertising campaign showed a 'Maria 38 wanted' ad in which this perilous criminal was wanted by the police.
daily OESP's review of 'Maria 38' released in S.Paulo in 21 March 1960.
Maria 38 era uma vigarista com um coração-de-ouro, fazendo aqui um cafézinho para o guarda-civil Chico [John Hebert], enquanto ele tenta convencê-la a 'sair dessa vida'.
A gíria do texto é toda na base do 'parangolé', 'gororóba' [comida], xavecagem [xavecar]; ou expressões como 'desafina na ladainha'; hoje as pessoas não sabem nem o que é 'ladainha' - 'desembuchar' [contar tudo], 'rasgar o verbo' etc. A maioria não sobreviveu ao tempo, mas são bem divertidas para se relembrar.
Maria era batedora-de-carteiras e freqüentava um cabaret da Lapa. Na delegacia alguém comentando sobre uma das peripécias de Maria 38 diz: 'Ela aliviou o crocodilo de um otário!' Crocodilo sendo o couro do qual eram feitas as carteiras mais chiques.
Maria, na verdade, é um personagem saído da cabeça do Watson Macedo, pois está muito longe da realidade. Se pelo menos ela fosse mulata, faria mais sentido, mas daí não haveria o filme. Mesmo assim, suponhamos que existisse uma moça branca bonita, conhecida como 'vigarista', mas não necessariamente prostituta. Veja que o roteiro é todo montado longe da realidade. Maria nem gigolô tinha, mas o guarda-civil Chico [John Hebert], um rapaz de bons modos, que era uma espécie de anjo-da-guarda da moça, sempre tentando colocá-la no 'bom caminho'.
Tio Augusto (Afonso Stuart) e tia Eugênia (Zilka Salaberry) ao telefone negociando os 5 milhões a serem pagos pelo resgate de Marinho.
Maria acaba se envolvendo com três tranqueiras, habitues do cabaret: Eurico [o sinistro Roberto Duval], Boquinha [Augusto Cesar Vanucci] um jovem vagabundo vestindo terno de linho-branco, e Brucutú [Sergio Warnovsky]. Esses planejam o rapto de um menino grã-fino e para isso Maria 38 se disfarça de babá para ficar mais perto da cena do crime.
A cena da chegada de Eliana ao solar da familia Fernandes lembra muito a chegada de Mary Poppins [sans seu guarda-chuva] no filme de Disney feito 5 anos depois. A dona da casa é madame Eugênia Fernandes [Zilka Salaberry], que como grã-fina não deixa de lembrar a adorável Heloísa Helena, que era excelente nesse estereotipo.
Aninha [Anabela], a irmã mais velha de Marinho, é apaixonada por Henrique [Herval Rossano], o chauffeur da familia - e logo fica amiga de Maria 38. Há um mordomo sizudo [Francisco Dantas] e o tio Gustavo [Afonso Stuart] que é boa-praça, não se importando com o namoro da sobrinha com o motorista.
A trama é simples, e o filme gira em torno desse eminente rapto de Marinho. Maria 38, que a principio não sabia que o crime que cometeria era sequestro de criança, se rebela e conta tudo para o tio Gustavo.
O menino é finalmente seqüestrado, mas tudo acaba bem no final, com o casamento de Maria 38 com o guarda Belo, digo o guarda Chico. Aninha fica com o bonitão do Henrique e vivem felizes para sempre. Ah, não vou contar quem é o chefão da bandidagem para não estragar àqueles que eventualmente assistirem o filme.
Maria 38 - 1959
90 min. - distribuição: Cinedistri
direção: Watson Macedo
roteiro: Watson Macedo e Ismar Porto
argumento: Ismar Porto
produção: Watson Macedo Produções Cinematográficas
música: Lírio Panicali
fotografia: Amleto Daissé
desenho-de-produção: Watson Macedo e José Santana
figurino: Elia Macedo de Souza
edição: Watson Macedo
O ponto alto do filme é a apresentação de Moreira da Silva cantando 'Na subida do morro' cuja letra segue:
A cena da chegada de Eliana ao solar da familia Fernandes lembra muito a chegada de Mary Poppins [sans seu guarda-chuva] no filme de Disney feito 5 anos depois. A dona da casa é madame Eugênia Fernandes [Zilka Salaberry], que como grã-fina não deixa de lembrar a adorável Heloísa Helena, que era excelente nesse estereotipo.
Aninha [Anabela], a irmã mais velha de Marinho, é apaixonada por Henrique [Herval Rossano], o chauffeur da familia - e logo fica amiga de Maria 38. Há um mordomo sizudo [Francisco Dantas] e o tio Gustavo [Afonso Stuart] que é boa-praça, não se importando com o namoro da sobrinha com o motorista.
A trama é simples, e o filme gira em torno desse eminente rapto de Marinho. Maria 38, que a principio não sabia que o crime que cometeria era sequestro de criança, se rebela e conta tudo para o tio Gustavo.
Marinho faz os seqüestradores de gato e sapato...
os tranqueiras Brucutú, Boquinha e Eurico e Marinho, o menino seqüestrado.
O menino é finalmente seqüestrado, mas tudo acaba bem no final, com o casamento de Maria 38 com o guarda Belo, digo o guarda Chico. Aninha fica com o bonitão do Henrique e vivem felizes para sempre. Ah, não vou contar quem é o chefão da bandidagem para não estragar àqueles que eventualmente assistirem o filme.
Maria 38 - 1959
90 min. - distribuição: Cinedistri
direção: Watson Macedo
roteiro: Watson Macedo e Ismar Porto
argumento: Ismar Porto
produção: Watson Macedo Produções Cinematográficas
música: Lírio Panicali
fotografia: Amleto Daissé
desenho-de-produção: Watson Macedo e José Santana
figurino: Elia Macedo de Souza
edição: Watson Macedo
Maria 38 & Aninha (Anabela).
o mordomo antipático, Maria 28 e Aninha.
John Hebert & Eliana - par romântico de 'Maria 38', de 1959.
NA SUBIDA DO MORRO - Geraldo Pereira
Na subida do morro, me contaram que você bateu na minha nega
isto não é direito / bater numa mulher que não é sua
deixou a nega quase crua no meio da rua / a nega quase que virou presunto!
Eu não gostei daquele assunto / hoje venho resolvido
vou lhe mandar para a cidade-de-pé-junto / vou lhe tornar em um defunto
Você mesmo sabe que já fui um malandro malvado
somente estou regenerado / cheio de malícia dei trabalho à polícia p'ra cachorro
dei até no dono do morro / mas nunca abusei de uma mulher que fosse de um amigo
agora me zanguei consigo / hoje venho animado / a lhe deixar todo cortado
vou dar-lhe um castigo / meto-lhe o aço no abdome e tiro fora o seu umbigo
recitativo:
“Aí meti-lhe o aço, hum! Quando ele ia caindo, disse: 'Morangueira, você me feriu!'
Eu então disse-lhe: 'É claro, você me desrespeitou, mexeu com a minha nega.
Você sabe que em casa de vagabundo malandro não pede emprego!'
Como é que você vem com xavecada, está armado;
eu quero é ver gordura, que a banha está cara.
Aí meti a mão lá na duana, na peixeira, é porque eu sou de Pernambuco,
cidade pequena, porém decente.
Peguei o Vargolino pelo abdome, desci pelo duodeno,
vesícula biliar e fiz-lhe uma tubagem; ele caiu, bum, todo ensanguentado.
E as senhoras como sempre nervosas: 'Meu Deus esse homem morre, moço.
Coitado olha aí está se esvaindo em sangue!' Ora, minha senhora, dê-lhe óleo canforado, penicilina, estreptomicina crebiosa, engrazida e até vacina Salk.
Mas o homem já estava frio. Agora o malandro que é malandro não denuncia o
outro, espera para tirar a forra. Então diz o malandro:
Vocês não se afobem que o homem desta vez não vai morrer
se ele voltar dou p'ra valer / vocês botem terra nesse sangue / não é guerra / é brincadeira vou desguiando na carreira / a jungusta já vem / e vocês digam que eu estou me aprontando enquanto eu vou me desguiando / vocês vão ao distrito ao delerusca, se desculpando foi um malandro apaixonado que acabou se suicidando.
A música interpretada por Moreira da Silva nesse filme é o clássico "Na subida do morro", composta por Geraldo Pereira e adquirida pelo cantor para gravação. Moreira a lançou na Continental em maio-junho de 1952 (disco 16553-B, matriz C-2816) e a regravaria outras vezes, porém na edição e nos discos só foram creditados como autores o próprio Moreira e Ribeiro Cunha, que fazia os chapéus do cantor, sem menção alguma a Geraldo Pereira. Estranho...
Eliana & Marinho.
Sou grato pela análise honesta e sincera em relação ao filme e lembro-me que foi exatamente assim que o público e a crítica o receberam. Tenho mais algumas fotos e o cartaz original. Se quiseres, posso envi-alos por email. Um abraço. Mário Motta (o Marinho do filme), hoje residente em Florianópolis, SC. (048) 99829751 ou mariomottatv@gmail.com
ReplyDeleteEu gostaria de saber por onda anda o grande pequeno Marinho????
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