Friday, 17 February 2012

Cinema Nacional domina nos anos 40 e 50




Oscarito e Eliana na capa de 'Manchete' em 1954 com o lançamento de 'Nem Sansão, nem Dalila'


reportagem da revistra 'Cine Fan' - Abril 1957

O cinema nacional era uma indústria em pleno funcionamento nos anos 40 e 50. Existia um público analfabeto, que era mais da metade da população brasileira, que só ia ao cinema quando o filme era falado na lingua dele, o português. Portanto havia um público cativo do cinema local. 

Além disso, não havia televisão na maior parte dos lares brasileiros, fazendo com que o público se interessasse em ver na tela seu cantor ou cantora favorito, lotando os cinemas de norte a sul. 

Havia também uma lei federal que mandava que todo cinema tinha um certo número de dias de projeção obrigatória de filmes produzidos no Brasil, fazendo com que produtoras norte-americanas como a MGM, Paramount, United Artists, que tinham redes de cinemas no país, exibissem filmes nacionais que não tinham sido produzidos por eles. 

Esses 3 fatores - milhões de analfabetos que não conseguiam ler legendas; pessoas que não tinham aparelhos de TV e a obrigatoriedade de se exibir películas nacionais - faziam que a industria local estivesse sempre à toda, produzindo dezenas de filmes anualmente.

Mas, eu creio que o motivo principal não fosse nenhum desses três, embora eles fossem importantes. Havia no Brasil uma atitude de que o país era bom e tinha futuro, o que deixou de existir depois do Golpe Militar de 1964, que colocou no poder uma meritocracia-ao-contrário, ou seja, os idiotas e incompetentes foram alçados ao poder máximo, com o exílio da nata dos intelectuais e o supra-sumo de nossa população pensante.

Alguns acham que o chamado Cinema Novo foi o culpado da decadência de nosso cinema, mas isso não tem a mínima fundação científica. Muito pelo contrário. Se não tivesse havido a interrupção do regime democrático no Brasil em 1964, o Cinema Novo poderia se 'intelectualizar' ao máximo, criando assim um novo público mais sofisticado, e o Cinema Popular também poderia continuar abastecendo seu público já cativo, embora ele tivesse que se adaptar para concorrer com a TV. 

Mas com a implantação da Burrice Nacional em 1964, deu-se com os burros n'água e o Cinema Nacional foi tendo uma morte lenta até a eleição de Collor, que jogou a ultima pá de terra em cima dele. Mas mesmo antes de Collor o cinema nacional já estava moribundo.







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